sábado, 21 de julho de 2018

Praça da Matriz - Mosqueiro-PA

Escadaria Praia do Bispo

Fábrica Bitar
Praça Da Matriz

Trapiche da Vila

Trapiche da Vila

Bondinho Tração Animal

Trapiche da Vila

Trapiche da Vila

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Homenagem ao Presidente Getulio Vargas em 1940.

    A conhecidíssima "Rua do jambeiro" em Mosqueiro, foi agraciada pelo Prefeito Abelardo Conduru no ano de 1940 com um monumento em homenagem a segunda visita do então Presidente Getúlio Vargas ao Estado do Pará. 
Através de um Decreto , o Prefeito denominou a avenida central de avenida Getúlio Vargas, feito datado de 05 de outubro de 1940.
Até então não tínhamos conhecimento de que o monumento era de uma beleza ímpar, feito com gosto e acabamento impecável, como quase todas as obras que a ilha recebia por seus gestores.

Não há registros de sua visita em nossa ilha na ocasião de sua permanência na capital.

A imagem que descobrimos em nossas pesquisas ,estavam em um encarte de revista  onde várias outras obras feitas em Belém do Pará estavam sendo noticiadas. A principio não restam dúvidas quanto ao monumento do encarte ser efetivamente o monumento erguido na "rua do jambeiro" . O recorte de jornal , com determinações do Prefeito da Capital vem ratificar o feito de grande importância para a nossa história.



 A Avenida Getúlio Vargas, e o referido monumento estão próximo a outra obra feita lá pelos anos de 1936 na administração do Sr. Alcindo cacela, trata-se das escadarias da Praia do Bispo. 
















A esquerda foto mais recente, a direita por volta de 1936.











A NOITE  - 06/10/1940

 " A geração que criou o Estado Brasileiro cumpre reorganizar o processo econômico da Amazônia, preparando-a para retomar o primado na produção de matérias primas vegetais".
" Trabalharemos unidos e em paz."

Getúlio Vargas 05/10/1940

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Famoso Pintor Manoel Pastana em Mosqueiro - PA

                                                      A Obra : JUTAHY



Em sua edição de nº 131 de fevereiro de 1929 a Revista Vida Doméstica nos brinda com uma pequena matéria mais, no entanto com uma verdadeira preciosidade cultural. A obra intitulada Jutahy foi pintada em terras mosqueirenses, o artista retratou "in loco" uma das belas obras da natureza local.

Será que ela ainda existe? Onde e com quem?



Jutahy ou Jatobá ou ainda Jataí ou Jitaí é um fruto muito conhecido dos índios por ser uma das frutas místicas. Por assim ser, os índios pesquisavam seus efeitos antes de consumi-lo. Este fruto trazia equilíbrio de anseios, desejos, sentimentos e pensamentos. Os índios costumavam, em tempos remotos, comer um ou dois pedaços de jatobá e, logo após, fazer rodas de meditação. Eles cultuavam a fruta e, hoje, a árvore (jatobeira ou jatobazeiro0 é considerada um patrimônio sagrado no Brasil.

Ao longo do tempo, as pessoas foram se perguntando se a polpa do fruto fazia mesmo efeito sobre a saúde mental e sentimental. Com isso, muitos cientistas passaram a estudar seus efeitos. Este concluíram que o jatobá traz alguns benefícios importantes, como a organização mental e a purificação dos sentimentos. Ja o quanto tempo a pessoa precisa se alimentar disso para se sentir bem ainda é contestável.

Para que serve o jatobá
A jatobá serve para cicatrizar feridas e trata asma, blenorragia, cistite, cólicas, vermes, doenças respiratórias, feridas na boca ou no estômago, prisão de ventre, coqueluche, disenteria, má digestão, fraqueza, problemas de próstata, tosse e laringite.

Propriedades do jatobá
A propriedade do jatobá inclui sua ação adstringente, antibactericida. antiespasmódica,
antifúngica,inflamatória , antioxidante e balsâmica.

Fenologia
Floresce entre os meses de dezembro e fevereiro e frutifica entre março e maio.

Informações ecológicas
Espécie perenifólia, clímax. Pouco exigente em fertilidade do solo, sendo comum, em áreas de mata ciliar, Apresenta quiropterofilia (realizada por morcegos) como síndrome de polinização, Dispersão realizado por mamíferos de pequeno e médio porte, como pacas e cutias (zoocoria). Esse espalhamento de sementes é chamado de dispersão ou disseminação. Quando ela é feita por animais é chamada de zoocoria.
No Norte, a polpa do jatobá é consumida "in natura" ou na utilização de licores e doces, sendo que os os frutos são quebrados com martelo e a polpa retirada com a faca.

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/vegetais-superiores/polinizacao.html#ixzz4CawOZnMf


Manoel Pastana na Amazônia do início do século XX

Quando, onde e quem
 No início do século XX, a região amazônica  ainda vivia um relativo isolamento do restante do país, reflexo da distancia dos grandes centro que primeiro foram povoados e da dificuldades de navegação costeira no estado do Maranhão. A falta de contato e, logo, de conhecimento gerou para região a imagem pouco positiva de um lugar selvagem e insalubre onde o progresso seria pouco possível.

Tal cenário provocou,nos intelectuais locais, como Theodoro Braga e Emilio Goeldi, a necessidade de firmar posicionamento contrario e mostrar o lado bom do local através de produções, dentre outras, pictóricas e literárias. Nessa momento de reação, surge um artista que veio a tomar como tema de sua produção de desenhos a flora e a fauna amazônicas de maneira exemplar. Trata-se de Manoel de Oliveira Pastana.

Pastana nasceu em 1888 na cidade de Castanhal, a 75 Km de Belém, capital do estado do Pará. Com poucos recursos, modou-se para a capital ainda adolescente, quando trabalhou, dentre outras atividades, como estivador e pintor de placas. Foi Também professor e teve a oportunidade de estudar com mestres como Theodoro Braga e Francisco Estrada.

Após ficar viúvo do casamento contraído aos 18 anos, Pastana foi contratado pela marinha para desenhar máquinas e passou a pintar retratos e paisagens. além de produzir uma série de desenhos da cerâmica indígena arqueológica e de objetos de arte decorativa, tendo como referencia a flora e a fauna da Amazônia.

Os trabalhos, apesar de seu local de origem, apresentam afinidades com a produção francesa do Art Noveua e ainda compartilham dos ideais modernistas da semana de 22.

No ano de 1935, nosso artista foi convidado para trabalhar na Casa da Moeda no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941..Nestes mais de cinco anos, desenhou moedas, notas, selos, apólices, dentre outros trabalhos, os quais permanecem com pouco ou nenhum registro por parte dos historiadores da arte e que, a exemplo de sues desenhos integrantes do acervo do Museu Histórico do Pará, apresentam grande possibilidade de conter imagem de animais e plantas do extremo norte do Brasil.

Manoel continuou a produzir até o final de sua vida em 25 de abril de 1984 na cidade do Rio de Janeiro.

O quê e como
Nosso artista pintou paisagens e retratos que lhe garantiram o reconhecimento da qualidade de seu trabalho junto aos seus contemporâneos, no entanto é nas artes decorativas e em seus desenhos que, nos dias atuais, se reconhecem seus maiores êxitos.

Do mesmo modo que Theodoro Braga, seu professor ele utilizou elementos iconográficos procedentes da natureza e da cultura material indígena amazônicas. Antes de deixar o Estado do Pará, produziu vasto material em desenhos e aquarelas co imagens da cerâmica arqueológica (fig,1) e criação de objetos, mobiliários e motivos decorativos que podem ter sido referência para trabalhos posteriores no Rio de Janeiro. 

Sua admiração pelas artes decorativas estava associada à possibilidade de aplicar a iconografia amazônica, que valorizava de forma enfática. Em publicação do Jornal da noite observa-se a seguinte declaração:
A encantadora cerâmica dos nossos índios do vale amazônico e os seus sugestivos ídolos maravilhosamente esculpidos em jade assim como a exuberância d flora e da fauna de nossa terra, reduziram e escravizaram-me durante muitos anos. Nesse tempo dediquei-me com sofreguidão ao estilo da estilização desses motivos e a sua aplicação na arte decorativa. Garante-me a consciência que nesse trabalho empreguei-me com o máximo de carinho e amor. Realizei o que me foi possível em favor de uma arte de caráter tipicamente nacional. (PASTANA,1941:2)

Esse propósito nacionalista o aproxima da modernidade brasileira ligada à valorização do Brasil e a insatisfação com a realidade da época.

Outras característica chama a atenção para seus trabalhos e levam a associações a movimentos como Art Nouveau - sua preferências para pelos motivos naturalistas e o próprio caráter hedonista que empregou em objetos utilitários.

Alguns projetos de seus objetos levam a reflexões quanto à perfeita conjunção entre a imagem e sua utilidade. Como exemplo, destacamos uma sombrinha, signo de proteção, objeto tão útil e necessário na cidade de Belém com suas fortes e constantes chuvas intercaladas a dias de sol e calor. Pastana criou um desenho de uma sombrinha (fig.2) marcada por ícones amazônicos: uma cobertura portátil que poderia ser usada sobre as cabeças amazônidas como forma de proteção contra o que vem de cima e, simultaneamente, lembrando quem são e de onde vem. Assim, a forma e a função desse objeto penetram uma na outra garantindo um resultado artístico completo a exemplo do que os explica Luigi Pareyson:
(...) a utilidade. beleza e funcionalidade nascem juntos, inseparáveis e coessenciais, e a arte desempenha uma função traulitaria, e a própria finalidade economia transparece de pura forma. Então o julgamento estético só é possível através do utilitário e a utilização não é completa se não vem acompanhada da satisfação estética, (PAREYSON, 1997:54) 

Ainda dentro dessa perspectiva de que a forma e a função conduzem a um resultado estético, destacamos aqui outro desenho de Pastana. Trata-se de uma janela (fig.3), para ser feita em metal, compondo uma grade através do qual se pode ver o que estava do outro lado. Funcionaria com filtro da visão, um enquadramento, um condicionamento para percepção visual. Os elementos que fazem parte da composição são justamente aqueles que o artista tanto prezava e aos quais atribuía uma identidade nacional: figuras da flora e dos grafismos oriundos da cerâmica arqueológica indígena.

Para que
Não há como saber ao certo quais objetivos e motivações Manoel Pastana teve, no entanto pode-se afirmar, com base em suas declarações a jornais e nas escolhas dos temas  de seus trabalhos que buscou valorizar referencias de sua terra natal e, em especial, a iconografia indígena. Sua opção pelas artes decorativas transparece uma aproximação com a vida cotidiana, uma tentativa de se fazer presente nas mais simples atividades humanas, como  ato de tomar chá, olhar através da janela ou se proteger da chuva ou do sol.

O fato é que seus trabalhos em proporções, harmonia de cores e pertinência de temos são exemplares do mais apurado design. Carregado de simbolismo sem perder a simplicidade das formas, ele merece ser melhor estudado. Assim como o artista se empenhou na divulgação das obras indígenas, assim também este trabalho se empenha na apresentação de suas obras para que sejam mais conhecidas.



Fonte: Maryclea Carmona Maués Neves (pesquisadora independente, mestra em Artes pela Universidade Federal do Para).
http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2013/maryclea%20Carmona%20Maues%20Neves.pdf

Veja mais sobre Pastana em :

http://fauufpa.org/2011/02/17/pastana-disponivel-a-venda/
 


quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Mercado Municipal do Mosqueiro - PA



                

O Mercado Municipal do Mosqueiro, uma das mais imponentes obras de arquitetura e engenharia feitas em nossa ilha resiste ao tempo e encanta residentes e visitantes pela sua grandiosidade, de certo modo esquecido as vezes pelo poder público, continua a ter um papel importante em nossa história.



Mas afinal de contas, quantos anos o Mercado Municipal possui?

Minhas pesquisas, datam sua inauguração do dia 18 de agosto de 1913, na então administração do intendente Municipal da Capital Dr. Dionísio Bentes (1913-1914), que aliás esteve presente em sua inauguração conforme jornais da época: “ ...ontem o intendente municipal da capital Dr. Dionísio Bentes, acompanhado dos vogais do Conselho e outras pessoas gradas, foram à vila do Mosqueiro, afim de inaugurar o mercado construído sob a direção de engenheiro Pires Teixeira. No ato inaugural falou o Farmacêutico Dias Cardoso, saudando o intendente municipal em nome do povo daquela vila. O Dr. Dionísio Bentes respondeu dizendo que se achava sensibilizado ante a manifestação do povo mosqueirense”.

 

A foto abaixo, foi publicada em 1933, temos a fachada da empresa de bondes o cinema e o mercado , chama a atenção a torre do relógio, no que chamamos hoje de mercado velho, relógio doado pelo próprio engenheiro o Sr. Pires Teixeira para embelezar o “mimo” construído com muito orgulho pela administração da época.

 

Apesar do registro antigo e com imperfeições, vemos ainda o Bond de tração animal fazendo seu percurso em frente ao Mercado, o serviço já havia sido inaugurado em 22 de agosto de 1904, sob a gerência de Antônio Pindobussú de Lemos.Tempo mais tarde passado a gerência de Pires Teixeira (1912).

Mais adiante em 08 de setembro de 1913, Mosqueiro inaugura o serviço de energia elétrica, mais uma grande conquista para seu desenvolvimento.

  Encontramos outra foto do Mercado Municipal (1941) onde aparentemente passa por reformas, aliás assunto tratado pela matéria assinada por Nenê Macaggi, em abril de 1941, intitulada “ oito horas no éden paraense”  , assim descreve a escritora, em suas andanças pela ilha que nos revela alguns detalhes importantes, como por exemplo a construção do anexo do Mercado da Vila, diz o texto: " Ali pegado está em acabamento uma obra notável: um prolongamento do Mercado, à direita e junto uma estação moderna para guardamento de ônibus, uma obra do prefeito Abelardo Condurú (1936 a 1943) , que é sem favor algum, o gênio benfeitor do adorável "ÉDEN". 

Portanto 28 anos após a construção de 1913, vemos a Estação da PMB, onde eram guardados os veículos pertencentes a Prefeitura e que circulavam em nossa Ilha. Esse prolongamento que deu origem a nova construção só fora possível após a encampação e compra do terreno contíguo pela bagatela de 24:670$000 (vinte e quatro contos, seiscentos e setenta mil réis) conforme prestação de contas do então intendente Municipal Sr. Antônio Crespo de Castro (1926 a 1928). 

 

Dr. Crespo notabilizou-se pelo excelente tino administrativo, tendo sido convidado pelo Dr. Dionísio Bentes a dirigir a Estrada de ferro de Bragança num período em que a ferrovia se encontrava nas mais precárias condições. Uma vez à frente dos destinos da estrada, em pouco tempo revelou-se o mesmo competente e apreciável administrador,  preciosíssimo profissional, transformando a via-férrea num dos mais eficientes departamentos do Estado. Mosqueiro certamente agradeceu mais uma vez, por possuir administradores competentes e engajados com o desenvolvimento de seu povo.

 Imagens mais recentes do Mercado, nos mostram a ação do tempo por vezes perversas, mas, o encantamento pela grandiosidade fala mais alto, passando por várias gerações seus novos e ainda antigos trabalhadores permanecem na memória de visitantes e do próprio povo local das épocas áureas de férias onde o movimento era intenso. 



 A última foto, nos mostra uma parte da Travessa Siqueira Mendes, rua atrás do Mercado Municipal.

 

  Mercado Municipal da Vila do Mosqueiro,  PARABÉNS pelos seus  103 anos de existência e que sua grandiosidade continue a encantar nossa bela história.